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Manifestação na Paulista: fala citada por nossa fonte; ("Quem com um bom emprego e bom salário não iria?")

Manifestação na Paulista: fala citada por nossa fonte; ("Quem com um bom emprego e bom salário não iria?")

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Por Carlinhos DJ, jornalista editor do imprensalivre.es desde 1993

A manifestação bolsonarista na Avenida Paulista hoje (6) de abril, reivindicando anistia para os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, gerou debates sobre sua representatividade e a composição do público.

O pastor Silas Malafaia, organizador do evento, afirmou que seria "a maior manifestação desde o impeachment de Dilma", indicando esforços para inflar o apoio popular. 

O ato contou com a participação de sete governadores (Tarcísio de Freitas/SP, Romeu Zema/MG, Ratinho Jr./PR, entre outros), senadores, deputados e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

A forte presença de figuras públicas de peso sugere uma mobilização organizada por partidos e lideranças, não necessariamente espontânea.

Segundo nossas fontes, muitos participantes seriam ocupantes de cargos comissionados em governos aliados, motivados por interesses profissionais, precisa ser analisada à luz dos contextos políticos e sociais apresentados.

A manifestação na Paulista foi marcadamente política, com participação de autoridades e aliados do bolsonarismo, mas sua capacidade de representar a "vontade popular" é questionável.

A rejeição majoritária à anistia, somada ao contexto de Bolsonaro como réu por tentativa de golpe, reforça que o evento serve mais para manter a narrativa de perseguição política do que para influenciar decisões democráticas.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, usou o evento para atacar o governo Lula e reforçar sua imagem como potencial candidato em 2026.

A fala citada pela nossa fonte: ("Quem com um bom emprego e bom salário não iria?") reflete uma percepção de que a presença poderia ser incentivada por lealdade política ou medo de represálias em cargos públicos, embora isso não seja comprovado.

Pesquisas destacam que a maioria da população rejeita a anistia (56%, segundo a Quaest), enquanto apenas 34% apoiam a libertação dos condenados.

Além disso, 49% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro participou de um golpe em 2022.

Isso indica que o ato na Paulista não reflete o sentimento majoritário, mas sim uma base específica do bolsonarismo e aliados políticos.

No domingo anterior (30 de março), a esquerda realizou um ato na mesma avenida contra a anistia, reunindo 6.600 pessoas, segundo a USP.

Bolsonaristas ironizaram o evento nas redes sociais, mas a diferença numérica entre os dois grupos (o ato pró-anistia de 6 de abril não teve números oficiais divulgados) revela que ambos os lados dependem de mobilizações segmentadas, não de adesão ampla.

O objetivo central do ato era pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto de anistia.

No entanto, líderes partidários demonstraram pouco interesse, priorizando temas econômicos.

Apesar de o PL alegar ter 162 assinaturas de deputados (das 257 necessárias), a falta de consenso indica que a pauta é mais simbólica do que viável.

 

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