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Delação premiada: Mauro Cid não traiu, ele foi traído

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Por Carlinhos DJ, jornalista editor do imprensalivre.ES

O tenente Mauro Cid — ex-assessor de Jair Bolsonaro — começou a colaborar com as investigações após ser preso (em maio de 2023) e sentir que havia sido abandonado pelo ex-presidente e sua cúpula. 

Cid teria esperado apoio jurídico ou político de Bolsonaro após sua prisão, mas, segundo fontes, foi orientado a "se defender sozinho".

Isso teria causado frustração nele e em sua família, incluindo seu pai, o general Mauro César Lourena Cid, que era próximo de Bolsonaro.  

A família Cid se sentiu traída, especialmente porque Mauro Cid era um dos militares mais leais a Bolsonaro.

Ele participou de reuniões sensíveis, como as sobre tentativas de golpe após as eleições de 2022 e o esquema das joias sauditas.  

 Após meses de prisão, Cid fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), revelando detalhes sobre a tentativa de golpe e discussões para manter Bolsonaro no poder após a derrota para Lula.  
 

Venda de joias recebidas da Arábia Saudita e esquema para burlar a Receita e lucrar com presentes oficiais.  
 

Fraudes em vacinas COVID com alteração de registros de imunização para beneficiar aliados.  

As delações de Cid foram cruciais para avançar nos casos contra Bolsonaro e outros aliados, como Marcos do Val e Carlos Bolsonaro (filho do ex-presidente).  


Mauro Cid só decidiu colaborar quando percebeu que Bolsonaro e seu círculo não iriam ajudá-lo, mesmo após anos de lealdade.

Sua delação reforça a tese de que, no núcleo bolsonarista, muitos só agiram por interesse pessoal — e quando o risco de prisão ficou real, a lealdade desapareceu.  

 

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