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Trump não recebe Eduardo Bolsonaro na Casa Branca e não há evidências que o presidente queira interferir no Judiciário brasileiro

Trump não recebe Eduardo Bolsonaro na Casa Branca e não há evidências que o presidente queira interferir no Judiciário brasileiro

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Por Carlinhos DJ, jornalista editor do imprensalivre desde 1993

A ausência de um encontro público entre Donald Trump e Eduardo Bolsonaro na Casa Branca mostra que é uma missão imposivel.

A atuação de Eduardo nos EUA, incluindo tentativas de alinhar o governo Trump contra decisões do STF, complica as relações bilaterais.

Eduardo Bolsonaro anunciou em março de 2025 sua licença do mandato de deputado federal para permanecer nos EUA, onde busca pressionar o governo Trump a intervir em questões políticas brasileiras, como anistia a envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e sanções contra o ministro do STF Alexandre de Moraes .

Essa movimentação visa fortalecer a narrativa de "perseguição política" contra o bolsonarismo, estratégia que alimenta o discurso eleitoral para 2026.

Sua campanha nos EUA é vista como arriscada, pois depende da volatilidade da política americana.

Além disso, a falta de resultados concretos (como anistias ou sanções) pode minar sua credibilidade .

A vitória de Trump em 2024 reacendeu entre bolsonaristas a esperança de que a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (até 2030) possa ser revertida, usando a influência internacional como pressão indireta sobre o STF .

Eduardo Bolsonaro afirmou que a atmosfera política criada por Trump "ativa o imaginário" de um retorno de seu pai ao poder .

A licença de Eduardo ocorreu após ele ser preterido na indicação para a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, sinalizando possíveis divisões dentro do partido .

Sua ausência no Brasil pode fragilizar a articulação política, mas reforça sua imagem como "chanceler informal" do bolsonarismo no exterior.

Analistas como Christopher Garman (Eurasia Group) destacam que essa postura pode levar o governo Lula a adotar uma retórica mais anti-Trump, afetando acordos comerciais e diplomáticos .

Além disso, a pressão por sanções contra autoridades brasileiras é vista como um risco à soberania nacional, gerando críticas até mesmo entre aliados do PL .

Apesar da euforia bolsonarista, não há evidências de que Trump possa interferir diretamente no Judiciário brasileiro.

Analistas apontam que o discurso de perseguição política será central na campanha bolsonarista, tentando capitalizar o apoio de eleitores descontentes com o STF e o governo Lula .
 

Com a inelegibilidade do ex-presidente, Eduardo surge como possível candidato, embora ele tenha negado interesse recentemente.

A possível ausência de um encontro formal entre Trump e Eduardo Bolsonaro reflete tanto as limitações práticas da influência internacional quanto as divisões internas no PL.

No entanto, a narrativa construída em torno dessa "aliança" continua a alimentar as estratégias bolsonaristas para 2026, misturando esperança simbólica com riscos reais de isolamento político e diplomático.

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