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Eleições 2026/caneta cheia de tinta pública: ("por que só às vésperas das eleições?")

Eleições 2026/caneta cheia de tinta pública: ("por que só às vésperas das eleições?")

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Por Carlinhos DJ, jornalista editor do imprensalivre desde 1993

A concentração de promessas, ordens de serviço e uso de recursos públicos às vésperas de eleições (como as de 2026) não é um fenômeno novo, mas está ligado a fatores estruturais e estratégicos da política. 

Muitos políticos priorizam ações de visibilidade imediata perto das eleições porque sabem que parte do eleitorado tende a votar com base no que vê ou ouve nos meses anteriores ao pleito.

Promessas, inaugurações e distribuição de benefícios são formas de criar uma imagem de eficiência, mesmo que projetos de longo prazo sejam negligenciados.

A "caneta cheia de tinta pública" simboliza o poder de gastar recursos do Estado em obras, programas sociais ou medidas populistas.

Essas ações, muitas vezes clientelistas, buscam angariar apoio rápido de grupos específicos, especialmente em regiões onde a base eleitoral é mais vulnerável a trocas de favores.

Enquanto a população não cobrar consistência e resultados concretos (além do voto), o ciclo continuará.

Parte dos gastos em obras antes das eleições pode estar ligada a interesses de grupos que financiam campanhas.  
 

Muitas vezes, as "ordens de serviço" são anunciadas, mas não há fiscalização adequada para garantir que sejam concluídas.  

A política é tratada como um jogo de marketing, não como gestão responsável.

Eleitores mais críticos e informados tendem a cobrar consistência, não apenas promessas.  

No fim, a pergunta ("por que só às vésperas das eleições?") revela uma ironia sobre a desconexão entre poder e responsabilidade.

Enquanto houver mais incentivos para parecer ser bom, o espetáculo das promessas vazias continuará.

A mudança depende da sociedade, ``no dia de votar a caneta vai estar na mão do eleitor´´.

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