Contas do ex-prefeito Edson Magalhães: ``Se o Tribunal de Contas reprovou porque tem que passar pela Câmara?´´, entenda porque
Por Carlinhos DJ, jornalista editor do imprensalivre desde 1993
Para entender como é possível que a Câmara Municipal aprove contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), é necessário esclarecer os papéis institucionais e o processo legal:
O TCE é um órgão técnico e independente, responsável por fiscalizar a legalidade, legitimidade e economicidade das contas públicas.
Sua função é emitir pareceres sobre a gestão dos recursos pelos administradores (como prefeitos).
A reprovação das contas pelo TCE indica que, em sua análise técnica, foram identificadas irregularidades (como gastos não comprovados, desvios ou inconformidades legais).
Isso gera um alerta formal e pode levar a sanções administrativas ou judiciais.
Cabe aos vereadores, como representantes do povo, apreciar e votar as contas do prefeito com base no parecer do TCE e em outros elementos (como defesa do gestor, contexto político ou pressões locais).
A decisão final sobre a aprovação ou rejeição das contas é competência exclusiva da Câmara, conforme o artigo 31 da Constituição Federal.
Ou seja, o parecer do TCE é consultivo, não vinculante.
Mesmo que o Tribunal reprove, a Câmara pode, por maioria de votos, aprovar as contas.
A Constituição garante aos vereadores a prerrogativa de julgar as contas do Executivo municipal, mesmo que discordem do TCE.
Isso reflete a separação de poderes e a soberania das decisões políticas locais.
A aprovação pode ocorrer por alianças partidárias, pressão popular, ou falta de consenso técnico entre os vereadores sobre as irregularidades apontadas.
O ex-prefeito pode apresentar argumentos ou documentos adicionais à Câmara para contestar o parecer do TCE, influenciando a decisão dos vereadores.
Se as contas forem aprovadas pelos vereadores, encerra-se o processo administrativo no âmbito municipal.
Porém:
O TCE pode encaminhar o caso ao Ministério Público ou à Justiça se entender que há indícios de crime (como improbidade administrativa ou desvio de verba).
A decisão da Câmara não impede ações judiciais futuras, pois o Judiciário pode revisar o caso com base nas provas técnicas do TCE.
A reprovação pelo TCE já gera reflexos políticos para o ex-prefeito, como inelegibilidade (se aplicável) ou danos à reputação.
A Câmara Municipal de Guarapari pode aprovar contas reprovadas pelo TCE porque tem a última palavra no processo administrativo, embora o TCE mantenha a função de alertar sobre irregularidades.
Essa dualidade existe para equilibrar o controle técnico com a autonomia política dos representantes eleitos.
No entanto, a aprovação não anula possíveis responsabilizações posteriores na esfera judicial.

Deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES): declarações e ações que contrariam os princípios éticos de um servidor público com repercussões negativas para o ES
Clique aqui e confira mais detalhes sobre Deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES): declarações e ações que contrariam os princípios éticos de um servidor público com repercussões negativas para o ES Saiba Mais +
Eleições 2026: Todo cidadão com um celular em mãos é um potencial repórter e correspondente de um veículo de comunicação livre e independente
Clique aqui e confira mais detalhes sobre Eleições 2026: Todo cidadão com um celular em mãos é um potencial repórter e correspondente de um veículo de comunicação livre e independente Saiba Mais +
´´Guarapari ganhou mesmo um hospital ?´´: Não é o que relata nossas fontes (efetivos) no atendimento da UPA e transferências de pacientes
Clique aqui e confira mais detalhes sobre ´´Guarapari ganhou mesmo um hospital ?´´: Não é o que relata nossas fontes (efetivos) no atendimento da UPA e transferências de pacientes Saiba Mais +