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Desafios do jornalismo livre e independente: "O dinheiro é público mas eu sou o gestor, ou apoia ou não recebe publicidade"

Desafios do jornalismo livre e independente: "O dinheiro é público mas eu sou o gestor, ou apoia ou não recebe publicidade"

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Por carlinhos DJ, jornalista editor do imprensa livre desde 1993

Artigo de opinião

Desafios do jornalismo livre e independente com censura econômica disfarçada e ameaças de corte de verbas publicitárias.

Gestores celebram coberturas favoráveis, mas personalizam críticas como ataques.

Isso revela uma falha na compreensão do papel da imprensa livre e que seu valor não está em servir ao poder, mas à sociedade.

Me disse uma fonte que ouviu a conversa em uma padaria: "O dinheiro é público mas eu sou o gestor, ou apoia ou não recebe publicidade". 

Miopia do gestor
Quando governantes retaliam veículos, cometem um suicídio político porque a população decifra o autoritarismo  
e criam mártires midiáticos(caso Watergate mostrou que perseguir imprensa gera escrutínio redobrado. 

Censura econômica disfarçada com ameaça de corte de verbas publicitárias é assédio institucional. 
Viola a Lei da Liberdade de Imprensa (Lei 2.083/1953)  
Fere o princípio constitucional da não-censura (Art. 220, CF/88)  
Enquadra-se como obstrução ao trabalho jornalístico (Art. 142, Código Penal)

Há distorção do conceito de administração pública, o gestor é tutor temporário de recursos que pertencem à sociedade, a imprensa continua porque ela não tem mandato e sim a missão em informar a sociedade.

A Constituição Federal (Art. 37) é clara: "A administração pública direta e indireta obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência"  verba pública não é instrumento de barganha política.

 Isso configura crime de responsabilidade (Lei 1.079/1950, Art. 10, §3º) e viola frontalmente a  
Lei da Liberdade de Imprensa.

Art. 7º: "É vedado ao poder público dificultar a divulgação de informações"  
Lei 12.232/201 (que proíbe discriminação a veículos na publicidade oficial)  
Art. 220 da CF/88: "É vedada toda forma de censura".

É obrigação legal de transparência (Lei 12.527/2011), cortar anúncios por críticas é retaliação autoritária.

Como lembrou o ministro presidente do STF Luís Roberto Barroso: "O papel da imprensa é incomodar e não servir aos poderes constituídos," Exigir apoio é suborno institucional.

O tiro pela culatra, história mostra que gestores que agem assim perdem credibilidade perante a população e
Fortalecerem o veículo (como ocorreu com The Guardian x governo UK em 2013);  

O futuro resiliente e de independência atrai parceiros alinhados a valores e credibilidade, isso gera sustentabilidade e Incentivam novas formas como anúncios privados. 

O gestor que tenta calar críticas não entende que, na economia da atenção, a repressão midiática é um acelerador de crises.

A verdadeira sabedoria está em ver a imprensa livre não como adversária, mas como termômetro e um alerta da gestão pública.

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